Todos os anos costuma ser assim:Chamamos o homem que entende de videirasE ele reduz a quase nada Os braços abundantes que se cobriram de folhasE se penduraram de uvasNa primavera e no verão. Este quase nada da videiraÉ o princípio de uma vida viçosaE de frutos doces. A videira renasceE é nos brotos novos e tenrosQue se enche de cachos. Todos os anos a vida permaneceEm processos de vida nova e quase nadaPorque tem seiva em abundância. Quando abraçamos a essênciaPerdemos os medosDesatamos as vaidadesE o orgulho cai no chão.O segredo é a seiva.E o ficar nu.

Quando passo por ti, tu me fazes parare ir contigoe posso levar-te, não cobras direitos de autor,és a nossa casa comum.És o milagre do espelho, mostras o que  és e o que somos, o que está escondido e o além do que vemos,dizes o que não sabemos dizere falas o que sentimos sem saber.És revelação:saímos de nós no encontro da tua beleza realizados, perdidos,onde tu moras, tu és, sempre mais,para cima e para baixo da linha do nosso sere no encontro.

Convidei o meu amigo para caminhar,Mas o meu amigo não quis.E no caminho, encontrei o vento,O mar, o horizonte,E um pôr do sol apaixonante.Encontrei flores e passarinhosE um bando de gaivotas.Falei com as árvoresE corri na areia descalço.E encontrei pessoas em caminhos de procura.E, então, pensei:Tudo o que encontrei é tão bomComo a presença de um amigo.