Comunidade Shalom – Opção preferencial pelos jovens

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Comunidade Shalom – Opção preferencial pelos jovens


A Comunidade Shalom nasceu da necessidade de haver padres totalmente disponíveis para acompanharem os jovens leigos na evangelização de outros jovens, porque os Párocos, nos finais de semana, costumam estar ocupados com muitas tarefas paroquiais, como missas dominicais, batizados, casamentos, catequese, etc.
A Comunidade Shalom nasceu desse desejo de responder a esse desafio concreto, por sugestão dos jovens de então que desejavam que houvesse padres e leigos totalmente dedicados ao serviço do Movimento.
Por outro lado, nós, padres, sonhávamos viver totalmente tudo o que se anunciava no E.I. (Encontro Inicial) do Movimento Shalom.
O meu Bispo, D. Altino Ribeiro de Santana, sempre dizia que não ordenava padres para trabalharem somente com jovens. Mas quando a Conferência Episcopal de Angola me convidou, através do Senhor D. Francisco da Mata Mourisca, para coordenador da Pastoral da Juventude de Angola, sendo muito trabalho, graças à grande extensão territorial do País, pedi logo autorização para constituir a Comunidade, sem qualquer pretensão jurídica ou de fundar uma Sociedade de Vida Apostólica.
Pensava eu, se sozinho, embora com a ajuda de outros padres diocesanos e religiosos, conseguira levar o Movimento a toda a Angola, se fossemos uma Comunidade, o levaríamos a muitos países, até porque a África do Sul, já nos tinha contatado, porque achava que o Movimento ajudaria a acabar com o apartheid. Infelizmente esse sonho não chegou a concretizar-se...
A Comunidade nasceu!
Nada tinha sido pensado antes. Apenas tínhamos o desejo de viver e colocar em prática tudo o que era anunciado no E.I.
As nossas Normas, aprovadas pela Igreja, foram primeiro vividas e depois escritas paulatinamente durante dez anos por todas as pessoas que passaram pela Comunidade, tudo da experiência vivida do dia-a-dia.
Logo de início descobrimos que a Comunidade não poderia dedicar-se exclusivamente ao Movimento Shalom, antes devia estar disponível a todos os jovens, devia estar aberta a colaborar com outros Movimentos e com as diversas pastorais da Igreja. Ao Movimento Shalom seria sempre atribuída prioridade. Quer dizer que o trabalho da Comunidade Shalom é sobretudo no Movimento, nele os jovens são prioritários e, além disso, está disponível para, secundariamente, apoiar e colaborar noutras pastorais. Este discernimento sobre a prioridade da sua atuação, manteve-o a Comunidade ao longo dos anos, até hoje.
Uma vez que o Movimento Shalom não é uma Pastoral, mas uma instituição, é estável e pretende-se perpétuo, sendo estruturalmente e nas suas raízes leigo, mas um Movimento em Igreja, assume Carisma, Espiritualidade e Pedagogia autónomos, bem como o seu próprio método de trabalho. O Movimento, dada a sua natureza institucional, dotado de Estatutos conformados ao Direito Canónico, goza, porém, de autonomia no que diz respeito à sua estrutura organizacional, aos espaços e tempos próprios de co-decisão e às responsabilidades de coordenação e de governo dos diferentes níveis porque se dispõe paroquial, diocesano e nacional.
Assim, todos os membros da Comunidade Shalom estão preparados para serem assessores do Movimento, atuarem com referência aos jovens e adultos leigos numa relação de subsidiariedade e realizarem os vários trabalhos que os presbíteros, enquanto tais, são chamados a fazer no Movimento, sem que isso impeça outros presbíteros diocesanos ou religiosos de fazerem o que fazem os padres da Comunidade.
Como em tudo, o caminho faz-se caminhando. A Comunidade Shalom está conscientizada de que nem sempre assumiu, perante o Movimento Shalom, as atitudes apropriadas e não raro foi excessivamente paternalista, o que não está conforme com os seus princípios nem com os princípios do Movimento. Devemos aprofundar a conscientização de que os caminhos que cada uma das instituições deve seguir, ainda que mais ou menos paralelos, não podem ser, de forma alguma sobrepostos, e essa pretensão, se alguma vez a houve, é uma tentação do diabo: nem uns nem outros crescem. A subsidiariedade e a complementaridade que desde sempre afirmámos em relação ao Movimento são conceitos com conteúdo e que devem ser postos em prática.
Cabe, pois, uma reflexão serena sobre o aprofundamento da relação entre as duas instituições, sem perda da autonomia que cada uma delas, em razão do seu próprio ser, tem de assumir em plenitude.

Pe. Luiz Carlos, CSh

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